Dislexia: definição, diagnóstico e tratamento.
28/06/2013
por Ana Leite
http://www.reab.me/2013/06/dislexia-definicao-diagnostico-e-tratamento/
A dislexia é hereditária e atinge até 17% da população mundial. Muitas vezes é a pessoa com dislexia é taxada de preguiçosa, o que não é verdade, entenda de forma simples do que se trata, como é o diagnóstico e o tratamento dessa condição.
Dislexia pode gerar muito sofrimento pela dificuldade básica de: juntar letras para formar sílabas e juntar sílabas para formar palavras, comprometendo a escrita e a leitura, gerando a incapacidade parcial de entender o que se leu. Esta “incapacidade parcial” não tem relação com a inteligência, nem tão pouco com os aspectos culturais. Dar som às letras é muito difícil, compreender o que elas significam torna-se um verdadeiro desafio.
Essa dificuldade de compreensão da linguagem é reflexo de alterações neurológicas. Na hora de ler e escrever ativam-se a área de identificação das letras, a área que dá “significado” e uma outra que processa todas as informações. Falando assim, se percebe de cara o quanto é complexo neurologicamente ler e escrever (olha que ainda nem falamos dos aspectos motores da escrita, que também envolvem outras áreas cerebrais). Perceba o quanto o caminho é de atividades tão simples como ler e escrever, independente de como ele funcione, é longo e complexo.
O “problema” da dislexia está na as áreas do significado e do processamento que não funcionam tão bem quanto deveriam, fazendo com que a área de identificação tenha que trabalhar mais e fique sobrecarregada, exigindo até que o hemisfério direito seja também requerido. Essa ativação do lado direito nos deu e dá gênios e artistas disléxicos incríveis, sabia?
Da Vinci, Michelangelo, Van Gogh…. eram disléxicos!!!
Tom Cruise, Robin Williams e Woop Golber… são disléxicos!!
Ou seja, a dislexia não impede a inteligência e criatividade!!
E agora vc deve estar imaginando… e como os atores decoram suas falas já que precisam ler? Bem, eles usam a estratégia de ler para um gravador, escutar e pronto, memorizam!! Assim como os atores usam estratégias, esses outros grandes personagem históricos também precisaram adotar estratégias. Mas só com estratégias se resolve o problema? Não…
A dislexia precisa ser tratada!!! Fonoaudiólogos e psicopedagogos podem ajudar muito e as pessoas com dislexia podem ter uma vida normal.
O diagnóstico da dislexia é dado pela equipe interdisciplinar de reabilitação e precisa de um parecer do Neurologista. Também a avaliação e a observação do professor.
sábado, 28 de setembro de 2013
terça-feira, 17 de setembro de 2013
NÍVEIS DE ESCRITA
PRÉ-SILÁBICA
*Grafismo Primitivo
Predomínio de rabiscos e pseudo-letras. A utilização de grafias convencionais é um intento para a criança. Desenvolvem procedimentos para diferenciar escritas. (garatujas)
*Escrita sem controle de quantidade
A criança escreve ocupando toda a largura da folha ou do espaço destinado a escrita.
A R M S MO H A O R U I L N M (brigadeiro)
A M T O X A M H N TS K H U I (pipoca)
M H O T I P E R T C L P M N B O (suco)
A T R O C D G P E S IP U T D F F (bis)
*Escrita Unigráfica
A criança utiliza somente uma letra para representar a palavra.
A (brigadeiro)
L (pipoca)
F (suco)
C (bis)
*Escrita Fixa
A mesma série de letras numa mesma ordem serve para diferenciar nomes. Predomínio de grafias convencionais.
A L N I (brigadeiro)
A L N I (pipoca)
A L N I (suco)
A L N I (bis)
*Quantidade variável: Repertório Fixo/Parcial
Algumas letras aparecem na mesma ordem e lugar, outras letras de forma diferente. Varia a quantidade de letras para cada palavra.
S A M T (brigadeiro)
A M T (pipoca)
A M T S A (suco)
S A T (bis)
*Quantidade constante: Repertório variável
Quantidade constante para todas as escritas. Porém, usa-se o recurso da diferenciação qualitativa: as letras mudam ou muda a ordem das letras.
HRUM (brigadeiro)
ASGK (pipoca)
ONBJ (suco)
CFTV (bis)
*Quantidade variável: Repertório variado
Expressam máxima diferenciação controlada para diferenciar uma escrita de outra.
R A M Q N (brigadeiro)
A B E A M F (pipoca)
G E P F A (suco)
O S D L (bis)
*Quantidade e repertório variáveis: Presença de valor sonoro início e/ou fim
Variedade na quantidade e no repertório de letras. A criança preocupa-se em utilizar letras que correspondem ao som inicial e/ou final.
I M S A B R O (brigadeiro)
I B R N S A (pipoca)
U R M T O (suco)
I N B O X I X (bis)
SILÁBICA
*Sem valor sonoro:
A criança escreve uma letra para representar a sílaba sem se preocupar com o valor sonoro correspondente:
R O M T (brigadeiro)
B U D (pipoca)
A S (suco)
R (bis)
*Iniciando uma correspondência sonora:
A criança escreve uma letra para cada sílaba e começa a utilizar letras que correspondem ao som da sílaba.
I T M O (brigadeiro)
P Q A (pipoca)
R O (suco)
G I (bis)
*Com valor sonoro:
A criança escreve uma letra para cada sílaba, utilizando letras que correspondem ao som da sílaba; às vezes usa só vogais e outras vezes consoantes e vogais.
I A E O – B H D O (brigadeiro)
I O A – P O K (pipoca)
U O – S C (suco)
I S – B I (bis)
*Silábico em conflito ou hipótese falsa necessária:
Momento de conflito cognitivo relacionado à quantidade mínima de letras (BIS/ISIS) e a contradição entre a interpretação silábica e as escritas alfabéticas que têm sempre mais letras. Acrescenta letras e dá a impressão que regrediu para o pré- silábico.
B H D U L E (brigadeiro)
I O K E C (pipoca)
U O K U (suco)
I S I S (bis)
SILÁBICA - ALFABÉTICA
A criança, ora escreve uma letra para representar a sílaba, ora escreve a sílaba completa. Dificuldade é mais visível nas sílabas complexas.
B I H D R O (brigadeiro)
P I P O K (pipoca)
S U K O (suco)
B I Z (bis)
ALFABÉTICA
A criança já compreende o sistema de escrita faltando apenas apropriar-se das convenções ortográficas; principalmente nas sílabas complexas..
BRIGADEIRO
PIPOCA
SUCO
BIS
Essas informações são parâmetros que ajudam a compreender as hipóteses das crianças sobre o sistema de escrita e assim poder planejar e intervir intencionalmente para que avancem.
As crianças são complexas e muitas vezes não se encaixam nas “gavetinhas”, é preciso investigar, usando diferentes estratégias para conhecê-las.
CRÉDITOS:
Fonte: equipe pedagógica da Escola Municipal Professora Maria Alice Pasquarelli, em São José dos Campos (SP)
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