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quarta-feira, 28 de abril de 2010

VERDADES E MENTIRAS SOBRE CABRAL E O DESCOBRIMENTO DO BRASIL









créditos de pesquisa:
http://bancodeatividades.blogspot.com/2010/04/verdades-e-mentiras-sobre-o.html



Mentira: Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil.
Verdade: Quem descobriu foram navegantes espanhóis. Ele apenas tomou posse, em nome do rei Dom Manoel.
Mentira: Cabral era um grande navegador português.
Verdade: Era um nobre, sem grandes feitos náuticos anteriores. E depois também não voltou mais a velejar.
Mentira: Ao regressar, Cabral foi aclamado pela Corte.
Verdade: O rei não deu importância ao seu feito ...

Falta um ano para que se comemore, oficialmente, cinco séculos de descobrimento do Brasil. Grandes festas estão sendo programadas, com grandes redes de TV prometendo trazer o papa para rezar a missa no “mesmo” local onde ela foi rezada pela primeira vez no continente. Mas a verdade é que o país não foi descoberto no dia 22 de abril de 1500, a façanha não foi obra de portugueses comandados por Pedro Álvares Cabral, que, por sinal, nem era um grande navegante.

Mesmo que a versão portuguesa estivesse correta, e os homens de Cabral fossem os primeiros europeus a pisar na América do Sul, a frota não desembarcou em Porto Seguro, como se aprende na escola, e sim na baía de Santa Cruz de Cabrália, a 46 km ao norte dali. Enfim, a história do descobrimento está recheada de equívocos que muitos interesses e a eterna lei do menor esforço teimam em preservar.

Nos meios científicos já se tem como certa a presença de espanhóis na costa brasileira antes de Cabral. O pesquisador Julio Louzada Neto,informa que há um marco em espanhol na costa cearense datado de 1497 – provavelmente obra de Vicente Pinzón, experiente navegador que participou da frota do italiano Cristovão Colombo, descobridor da América em 1492. Pinzón descobriu o rio Amazonas, que batizou de “Mar Dulce”. Há evidências de que sua última passagem pelo Brasil aconteceu em fevereiro de 1500, em região próxima ao atual Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco.

Dias depois de Pinzón, partiu da Espanha outro navegador, Diogo de Lepe, com o mesmo objetivo de explorar a então desconhecida América. Ele atingiu o litoral brasileiro em março.

É evidente que espanhóis e portugueses já sabiam que o Brasil existia. A dúvida era se se tratava de uma ilha ou de um continente. Entre os navegadores, como o português Vasco da Gama, o Brasil era chamado de “Ilha dos Papagaios Vermelhos”. Essas teses já foram provadas e documentadas. Porém, como escreveu o jornalista gaúcho Eduardo Bueno em seu livro “A Viagem do Descobrimento”, nada tira a importância da descoberta oficial de Pedro Álvares: “O descobrimento sociológico do Brasil coube aos portugueses”, finaliza ele.

O descobridor, subestimado:

Uma coisa é certa: desde àquela época Portugal não deu o valor que Cabral merecia. Documentos, monumentos históricos e fatos contados nos livros demonstram que nosso descobridor foi, por diversas vezes, subestimado. Isso fica claro quando se traça uma comparação, por exemplo, entre Pedro Álvares e Vasco da Gama, o navegador que descobriu a rota marítima até às Índias.

Enquanto Gama foi aclamado pelo povo e pelo rei por ter achado o caminho até Calcutá, Cabral voltava de sua longa viagem esgotado e com sua frota destruída e humilhada. A tentativa de estabelecer uma feitoria nas Índias falhou: apenas cinco das 13 naus que partiram no dia 9 de março do Tejo, regressaram. Nem a notícia da descoberta de novas terras ao sudoeste da África - o Brasil - alegrou o rei: afinal, concluiu Dom Manoel, que importância poderia ter um lugar em que não haviam especiarias, nem metais preciosos?

Dom Manoel acreditou que a nova terra poderia ter a função geográfica de servir apenas como escala das naus que partiriam a Calcutá. Logo, porém, o rei percebeu que a parada era “fora de mão”. Por mais este motivo, resolveu ignorar a descoberta de Pedro Álvares.

Só 30 anos depois da volta do navegador a Portugal, quando o país estava mergulhado em dívidas provocadas exatamente por esta ambição de gastar fortunas à procura de riquezas nem sempre achadas, que os lusos começaram a prestar atenção no potencial econômico que o Brasil poderia oferecer.

Enquanto nos escritos do túmulo de Cabral, localizado na pequena cidade de Santarém, nem ao menos mencionam seu maior feito - o descobrimento do Brasil -, o corpo de Vasco da Gama encontra-se imortalizado no Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa ao lado de outros grandes nomes da cultura e da história de Portugal, como o próprio rei Dom Manoel, o rei Dom Sebastião, Fernando Pessoa e Luís Vaz de Camões. Falando no mais famoso escritor português, por que será que Camões não se lembrou ou não reservou pelo menos uma estrofe das 1102 existentes nos "Lusíadas" - escrito por volta de 1568 - , para falar sobre Cabral?

O grande poema épico celebra as virtudes e o valor do povo português na época dos descobrimentos, tendo Vasco da Gama como figura central e sua viagem "por mares nunca dantes navegados" como enredo, mas cita também outros importantes navegadores, como Duarte Pacheco, Afonso de Albuquerque, Paulo da Gama e Fernão de Magalhães. Observação: Camões viajou para a Índia em uma nau comandada por Fernão Álvares Cabral, sobrinho de Pedro Álvares.

35 quilos de ouro

Pela viagem e pela descoberta, Cabral recebeu de remuneração 35 quilos de ouro. Vasco da Gama levou cerca de 350 quilos por ter alcançado as Índias por via marítima. Enquanto o primeiro não ascendeu a um grau superior da nobreza depois da sua viagem, Gama recebeu o título de Dom em 1500 e conseguiria ainda a sua promoção nobiliárquica a Conde da Vidigueira. Um fato curioso: ironicamente – ou propositadamente, quem sabe – os escudos, dinheiro português, exibem hoje os retratos dos grandes navegadores da época áurea de Portugal. Vasco da Gama, claro, está estampado na nota de cinco mil escudos, enquanto que o rosto de Cabral aparece na nota de mil escudos.

Aumentando o descrédito de Cabral, ainda hoje existem dúvidas quanto à sua qualificação para comandar um frota de tão grande porte. Pouco se sabe sobre seus dotes náuticos. Alguns historiadores acreditam que ele só foi nomeado por pertencer a uma família nobre portuguesa muito ligada à corte e também por ser casado com uma das mulheres mais ricas daquela época: Dona Isabel de Castro, que era neta dos reis Dom Fernando de Portugal e Dom Henrique de Castela.

Antes de ter partido nesta viagem, o descobridor do Brasil havia lutado na África. Até aí, não há muito o que louvar, já que a maioria dos jovens portugueses em idade militar partiam para a África com os mesmos fins. Porém, com toda sua obsessão por novas conquistas, é de duvidar que o rei Manoel fosse louco suficiente para encarregar um novato da importante missão de conquistar Calcutá, como era o objetivo principal da missão comandada por Cabral. (Lúcia Calasso, especial para o JT).





1 comentários:

Profa Rita: Educação em primeiro lugar disse...

adorei encontrar este espaço.
parabéns

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