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quinta-feira, 25 de março de 2010

BRINCADEIRAS DO TEMPO DA VOVÓ....QUE SAUDADES!

Os benefícios de uma infância bem vivida, com muitas brincadeiras sadias e alegres que despertam a alegria de viver e paz de espírito são para toda a vida do indivíduo, são experiências que ninguém nunca esquece.


Você já brincou de?


Passa-anel; batatinha frita; batatinha quando nasce; boca-de-forno; piques; cabra-cega; cadê o
toucinho que estava aqui?; caí no poço, quem me acode?; casa da baleia; casamento oculto; chicotinho
queimado; corre-cutia; estátua; gambá roubando galinha; jogar lenço; mamãe, posso ir?; pular corda; soltar
pipa; quebrar a corrente; salada-saladinha; sô lobo taí?; roda, pião; serra, serra, serrador; tatu passa aí?;
carneirinho quer mel; você viu o meu carneirinho?; ciranda-cirandinha e outras cantigas de roda; travalínguas;
adivinhas; trocadilhos; trovas; correio elegante; coelhinho na toca; amarelinha;
Pipa
Soltar pipa, papagaio ou arraia era um lazer delicioso, o brinquedo era feito com talinhos de
palha de coqueiro, papel de seda colorido e o rabo de pano. A meninada botava suas pipas para flutuar
competindo na maior altura, nas evoluções no ar ou nas formas, tamanhos ou beleza de uma com
relação as outras.
Pião
Os piões de madeira de peroba eram postos a girar com um cordão com o qual o enrolavam e
soltavam com força em direção ao chão. Pegava-se o pião com uma das mãos, ainda rodando, e jogavao
ao chão outra vez.
Carros de lata
Eram fabricados com armação e rodas de madeira e lataria de latas velhas. Os meninos
amarravam cordões à frente dos carros e saiam puxando em filas. As vezes a brincadeira partia para a
imprudência imitando certos motoristas de carros de verdade: batidas, cavalos-de-pau, viradas. Tudo
acabava com os carros destruídos, mas sem nenhum ferido gravemente.
Jogos de bola
Bater bola nos terrenos baldios ou mesmo nas ruas, sempre foi das brincadeiras infantis mais
realizadas. Afinal de contas vivemos no país do futebol.
Jogava-se com bolas de plástico, borracha e até com bolas de meia, o importante era jogar. Os
times se organizavam por “zona” ou por rua. As “peladas” duravam manhãs ou tardes inteiras.
Pem barra
Faz-se uma “risca” (traço, faixa) no chão. Uns ficam de um lado e outros do outro lado. Uns
correm para uma “manja” cruzando a “risca”, atrás do grupo adversário, e outros correm para a outra
“manja”. Uns ficam esperando ele voltar. Ele vem correndo fazendo dribles, tentando se livrar dos
opostos. Se ele cruzar a “risca” e voltar para o seu campo, a sua “linha” (equipe) ganhou.
Cipozinho queimado
Um (a) menino (a) esconde o cipó e os outros vão procurá-lo. Quem estiver perto do esconderijo,
quem escondeu diz:
-Tá quente!
-Tá pegando fogo!
Quando está longe: -Tá frio!
-Tá gelado!
O que acha o cipó vai esconder e recomeça a brincadeira.
Em outra versão (sádica), o que acha o cipó pode chicotear os outros que estiverem próximos, só
parando quando eles alcançarem a “manja”.
Sentar na roda
Todos sentam no chão fazendo uma roda. Um (a) fica em pé, e um (a) na roda fica com um pau
ou outro objeto qualquer, passando de um (a) para o (a) outro (a) e assim sucessivamente. O (a) que
ficou em pé, de olhos fechados ou de costas para a roda apita ou grita: -Pare!. Quem estiver com o pau
naquele momento, paga uma prenda do gosto de quem apitou. Pode ser dançar, cantar, fazer imitação,
etc.
O gato e o rato
As crianças de mãos dadas formam um círculo, ficando dentro o “rato” e fora o “gato”. O “gato” corre
atrás do “rato”, e ambos contornando os (as) companheiros (as) de roda, por baixo de seus braços. A
brincadeira termina quando o “gato” consegue pegar o “rato”. Outras duas crianças começam a repetir o
jogo.
Bola de gude
Esse jogo é conhecido por toda criançada brasileira. É jogado de diversas maneiras. Uma das mais
simples é a seguinte: Os jogadores alinham-se a alguns metros de distância de uma “risca” (linha traçada),
e cada um joga a sua bolinha de gude (ou de “marraio” ou ainda “marraite”) em direção à “risca”. Quem
aproximar mais a sua bolinha mais próxima da “risca” jogará primeiro em direção à “busca” ou “biloco” (um
pequeno buraco). Quem consegue colocar a bola na “busca” já pode “matar” as bolas dos adversários com
um teco (bater a sua bola em outra). Vence quem “matar” mais bolas.
Outra variação de jogo de bola de gude é o “triângulo”, que é riscado no chão, e dentro dele
colocadas várias bolas da “aposta” . De fora do triângulo os jogadores vão tecando (as bolas de dentro),
tentando tirá-las do triângulo. Quando conseguem, as bolas tiradas passam a pertencer a que as tirou.
Vence que ficar com mais bolas.
Baleadeiras
A baleadeira ou estilingue era a “arma” de todo moleque. Um gancho de madeira em forma de “Y”,
duas tiras de borracha ou elástico e um pedaço de couro, estava pronta a baleadeira. Era usada para
muitas funções: tiro ao alvo em latas, garrafas ou lâmpadas queimadas; caçadas de passarinhos ou
lagartixas; “guerras” entre grupos rivais. A “munição” era geralmente pedrinhas ou mamonas verdes.
Peteca
A peteca é um brinquedo genuinamente brasileiro, foi criada pelos índios que a confeccionavam
com palha de milho, recheadas de folhas ou capim. Em cima do pequeno saco amarravam penas
coloridas. A brincadeira consistia em “não deixar a peteca cair”, através de tapas que a mantinha no
ar. Os portugueses ficaram maravilhados com o jogo, que se mantém até a atualidade, ganhando o
mundo. O jogo de peteca tornou-se um esporte internacional. O termo “peteca” em tupi significa:
pancada, tapa ou tabefe.
Adivinhas
São sugeridos enigmas, verdadeiros desafios à inteligência infantil, nas quais existem relações
alfabéticas, simbólicas, comparativas, descritivas, opostas, etc. na tentativa de chegar à resposta
correta.
Vejamos exemplos de algumas das mais conhecidas advinhas ou adivinhações correntes no
estado de Sergipe:
-Tem escama e não é peixe, tem coroa e não é rainha? - Abacaxi.
-Baixinho, gordinho, tem duas asas e não voa? - Açucareiro.
-Tem barba e não é bode, tem dente e não morde? - Alho.
-Se tem olho não tem cabeça, se tem cabeça não tem olho? - Agulha e alfinete.
-Qual é a cidade que tem mais caju? - Aracaju.
-Quanto mais tira mais cresce? - Buraco.
-Põe na mesa, corta, mas não se come? - Baralho.
-Tem quatro pés mas não caminha? - Cadeira.
-Pau que nasce em pé e corre deitado? - Canoa.
-Tem olho e não vê, tem pé e não anda? - Cana.
-Tem carne para dentro e osso para fora? - Caranguejo.
-Tem casa de um lado só? - Camisa.
-Mais baixo de que uma galinha e mais alto de que um homem? - Chapéu.
-Tem boca e não come, tem bico e não belisca, tem asa e não voa? - Chaleira.
-Nasce em pé e corre deitado? - Chuva.
-Um morre queimado e outro morre cantando? - Cigarro e cigarra.
-Branco por dentro, branco por fora e tem uma lagoinha d’água? - Coco.
-Tem quatro pernas, dois rabos e voa? - Dois passarinhos.
-Corre, corre mas não sai do lugar? - Estrada.
-Sai de dentro de casa, bate a cabeça na parede e morre queimado? - Fósforo.
-No mato é verde, em casa é preto? - Fumo.
-Jeni cai no chão e faz papo? - Jenipapo.
-Nasce grande e morre pequeno? - Lápis.
-Tem barriga d’água e a cabeça de fogo? - Lampião ou candeeiro.
-Tem pico como jaca, é verde como o limo e tem rabo como o rato? - Maxixe.
-Uma casinha verde com uma porção de negros dentro? - Melancia.
-O que é que tem dente mas não morde e tem cabelo mas não penteia? - Milho.
-Limpa, limpa, abre as pernas e bota o nariz dentro? - Óculos.
-Uma casinha sem janela. Dona clara mora nela? - Ovo.
-Irmão de meu tio, que não é meu tio? - Meu pai.
-Verde como o limo e fala como gente? - Papagaio.
-Qual é o animal que não fecha os olhos? - Peixe.
-De noite está de pé e de dia está deitado? - Pé.
-Qual é o país que se come e a capital que se chupa? - Peru, capital Lima.
-Verde, encarnada (vermelha), a mãe é mansa e a filha é danada? - Pimenta.
-Dá um pulo e se veste de noiva? - Pipoca.
-Em casa tá batendo e no mato tá parado? - Um pilão.
-Qual é o bicho que come com o rabo? - Todos, nenhum tira o rabo para comer.
-Cru não existe e cozido não se come? - Sabão.
-Nasci na água, na água me criei e na água morrerei? - Sal.
-Qual é o estado que quer ser jipe? - Sergipe.
-Na igreja está por dentro e no boi está por fora? - Sino.
-Está no céu, está no jogo e mora no quartel? - Soldado.
-Quando uma mija todas mijam? - Telha.
-Qual é a diferença entre um gato e um tijolo? - Jogue os dois na parede, o que miar é gato.
-O que é que nasce branco e morre preto? - Urubu.
-O que é que varre e varre e bota no canto? - Vassoura.
-Queima pela cabeça e chora pelo pescoço? - Vela.
-Tem a boca na barriga e os dentes na cabeça? - Violão.
-Qual é a letra do alfabeto que não é cega? - O “v”.
Casinhas e bonecas
Elas tinham em miniaturas de madeira ou de plástico as mobílias de casa: mesas, cadeiras,
fogões, camas, etc. Brincavam de donas de casa e as “filhas” eram as bonecas de pano de cabelos
de tranças, as quais carregavam nos braços.
Outras brincadeiras e jogos
O número de brincadeiras e jogos infantis é enorme, tornando difícil comentar sobre todos ou a
maioria deles. Agora mais algumas das mais famosas atividades lúdicas praticadas pela criançada:
cabo-de-guerra manja, garrafão, perna-de-pau, jogo de castanhas, esconde-esconde, cabra-cega,
amarelinha ou macacão, móveis de caixas de fósforos, pés de lata, dobras de papel (barcos, aviões,
balões, animais, etc.), jogos de tabuleiro (damas, dominó.), jogos gráficos (forca, jogo da velha.), faz
de conta (“médico”, “mamãe”, “professora”, “visitas”, “polícia x ladrão”, etc.).
Os benefícios de uma infância bem vivida, com muitas brincadeiras sadias e alegres que
despertam a alegria de viver e paz de espírito são para toda a vida do indivíduo, são experiências
que ninguém nunca esquece.
Sugestões de brincadeiras:
O baú de roupas
Para crianças de 2 a 7 anos
Objetivos: desenvolver a imaginação, o "faz-de-conta".
Desenvolvimento: as crianças retiram do baú roupas e acessórios de adultos. Cada
criança veste a roupa escolhida. Organize um desfile de modas ou faça com que
ela dramatize situações. Os menores podem apenas se fantasiar. Não esqueça de
levá-los até o espelho para se enxergarem, pois terão reações diversas, como:
medo, alegria, estranheza. Converse sobre tais sentimentos. Caso a criança
comece a chorar retire a fantasia.
Jogo de Boliche
Para crianças de 2 a 7 anos
Objetivos: desenvolver a percepção visuo-motora
Materiais: As crianças precisarão de 6 a 10 garrafas pet limpas. Coloquem no
fundo das garrafas uma porção de areia. Rasguem papel colorido e também
coloquem dentro das garrafas. Fechem as garrafas. Confeccionem uma bola de
meia ou jornal.
Desenvolvimento: Agrupem as garrafas e a uma distância de 2 metros joguem a
bola. Vejam quantas garrafas foram derrubadas. Ganha o jogo quem derrubar mais
garrafas.
Cantigas de roda: Brincadeiras cantadas
Nas noites claras de luar, as meninas de saias rodadas, formavam grande círculo,
e todas de mão dadas, em movimento de carrossel, cantavam cantigas:
01. Se essa rua, se
essa rua
Fosse minha
Eu mandava, eu
mandava
Ladrilhar
Com pedrinhas, com
pedrinhas
De brilhante
Para o meu, para o
meu
Amor passar.
Nessa rua, nessa rua
Tem um bosque
Que se chama, que
se chama
Solidão
Dentro dele, dentro
dele
Mora um anjo
Que roubou, que
roubou
Meu coração
___________________
_____
02. Você gosta de mim
Eliana?
Eu também de você
Eliana
Vou pedir pra teu pai
Eliana
Para casar com você
Eliana...
______________________
___
03. Atirei o pau no gato
totó
Mas o gato totó
Não morreu reu reu
Dona Chica cá cá
Admirou-se se
Do miau, do miau
Que o gato deu
Miiaaauuu!!!
______________________
04. O cravo ficou doente
A rosa foi visitar
O cravo deu um
desmaio
A rosa pôs-se a chorar.
[....}
______________________
05. Sou mineiro de
Minas
Mineiro de Minas Gerais
Sou carioca da gema
Carioca da gema do
ovo.
Rebola, bola
Você diz que dá que dá
Você diz que dá na bola
Na bola você não dá.
[....].
______________________
06. Ciranda cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar.
O anel que tu me destes
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou
[....].
___________________
07. Ou a palma, ou a
palma
Ou a pé, ou a pé, ou a

Oi a roda, roda roda
Caranguejo peixe é.
Caranguejo não é peixe
Caranguejo peixe é
Na beirada da maré.
_____________________
08. Terezinha de Jesus
De uma queda foi ao
chão
Acudiram três
cavalheiros
Todos três chapéu na
mão.
O primeiro foi seu pai
O segundo, seu irmão
O terceiro foi aquele
Que a Tereza deu a
mão.
_________________
09. Criança feliz
Quebrou o nariz
Foi prá o hospital
Tomou sonrisal
Se eu fosse Pelé
Tomava café
Se eu fosse Tostão
Cobria botão.
________________
10. A rosa vermelha
É do bem querer
A rosa vermelha e
branca
Hei de amar até morrer.
Sete e sete são
quatorze
Três vezes sete vinte e
um
Tenho sete namorado
E não quero casar com
nenhum.
[....].
_____________________
11. Fui no Itororó
Beber água e não achei
Achei bela morena
Que no Itororó deixei.
Aproveita minha gente
Que uma noite não é
nada
Se não dormir agora
Dormirá de madrugada.
Ó Mariazinha, ó
Mariazinha
Entrarás na roda
E ficarás sozinha.
Sozinha eu não fico
Nem hei de ficar
Porque tenho “Fulana”
Para ser meu par.
[....].
______________________
_
12. Quá, quá, quá
Minha machadinha
Quem foi que pegou
nela
Sabendo que é minha.
Sabendo que é minha
Eu também sou sua
Pula machadinha
Para o meio da rua.
Na rua eu não fico
E nem é de ficar
Porque eu tenho Cristina
Para ser meu par.
_____________________
13. Quebra, quebra
guabiraba
Quero ver quebrar
Quebra lá que eu
quebro cá
Quero ver quebrar.
[....]
Minha mãe brigou
comigo - quero vê
quebrar
Por causa de uma
tigela - quero vê quebrar
Quanto mais se ela
visse - quero vê quebrar
O namoro na janela -
quero vê quebrar.
Ô quebra, quebra
guabiraba ...
“Há em nossa alma cansada,mesmo sendo a vida atroz,criança eterna e levada que
brinca dentro de nós.”
(Alberto F. Bastos)
SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS:
• COSTA, Mônica Rodrigues. Você sabe quem foi que inventou a maria-cadeira? Folha de
São Paulo. 500 Brincadeiras. São Paulo, 16 abril, 2000.
• FELINTO, Marilene. Do que você gosta de brincar?. Folha de São Paulo. 500 Brincadeiras.
São Paulo, 16 abril, 2000.
• FERNANDES, Florestan. O folclore em questão. São Paulo: Hucitec, 1989.
• FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro. São Paulo: Scipione, 1989.
• ____. Antes de falar de Educação Motora. In: DE MARCO, Ademir (org). Pensando a
Educação Motora. São Paulo: Papirus, 1995.
• MARCELLINO, Nelson Carvalho. Estudos do lazer: uma introdução. Campinas: Autores
Associados, 1996.
• ____. Pedagogia da animação. Campinas: Papirus, 1997.
• MULLER, Verônica R.; RODRIGUES, Patrícia C. Reflexões de quem navega na educação
social: uma viagem com crianças e adolescentes. Maringá: Clichetec, 2002.
• NODA, Lídia Mieko. Curso de Aperfeiçoamento para professores atuantes no 2º grau.
Maringá, [s.d]. (Material Didático).
• OLIVEIRA, Paulo de Salles. Brinquedo e indústria cultural. Petrópolis: Vozes, 1986.
• PIMENTEL, Giuliano. Lazer: fundamentos, estratégias e atuação profissional. Jundiaí:
Fontoura, 2003.

Atividades lúdicas no
cotidiano escolar
www.idcp.pro.br

5 comentários:

Dirce maria Corrêa de Souza disse...

Depois de tanto escrever sai um pouco visitar parente,ai estávamos comentando das brincadeiras antigas que quero resgatar algumas em meu livro, e vim aqui no google pra ver se encontrava uma brincadeira que pau é esse? e vejo essa maravilha e cantei quase todas as musiquinhas daqui e relembrei muitas brincadeiras que até suspirei!!Muiiiiiito Boooooooom!!

super nova 162 disse...

este texto e otimo nao vejo a hora de comprar o livro

Anónimo disse...

Muinto boOoOoOom..... :-)

Dália Pacheco disse...

Amei!!!

Dália Pacheco disse...

Amei!!!

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